"A escada para o Reino dos Céus está escondida em tua alma. Mergulha para dentro dos pecados que estão em ti mesmo e, assim, encontrarás ali uma escada pela qual poderás ascender" Isaac de Nínive.
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Obs.: Abaixo, tradução do versículo bíblico para outras línguas:

"POR ISSO A ATRAIREI, CONDUZI-LA-EI AO DESERTO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO" Oséias 2,16
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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Surgimento dos Padres do Deserto - Resumo


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Paulo de Tebas é geralmente creditado como tendo sido o primeiro monge eremita a ir para o deserto, mas foi Santo Antão que efetivamente lançou o movimento que se tornaria conhecido de todos como os Padres do Deserto. Em algum momento por volta do ano de 270 d.C., Antão ou Antônio ouviu um sermão de domingo afirmando que a perfeição poderia ser alcançada vendendo-se todas as posses, doando o resultado disto aos pobres e seguindo Cristo (tratando de Mateus 19,21 parte dos conselhos evangélicos). Ele aceitou a mensagem e tomou ainda o passo adicional de se mudar para o deserto para buscar a mais completa solidão.

Antão viveu num tempo de transição para o cristianismo - as perseguições de Diocleciano em 303 d.C. foram as últimas grandes perseguições formais aos cristãos no Império Romano. Apenas dez anos depois, ele foi legalizado no Egito pelo sucessor de Diocleciano, Constantino I. Aqueles que tinham partido para o deserto formavam uma sociedade cristã alternativa ao martírio, que era na época visto por muitos cristãos como a forma mais alta de sacrifício. Nesta mesma época, o monasticismo no deserto apareceu quase simultaneamente em diversas áreas, incluindo o Egito e a Síria.

Com o passar do tempo, o modelo de Antão e outros eremitas atraiu muitos seguidores, que viviam a sós no deserto ou em pequenos grupos. Eles escolheram a vida de extremo ascetismo, renunciando a todos os prazeres dos sentidos, ricas comidas, banhos, descanso e todos os demais confortos. Milhares se juntaram a eles no deserto, a maioria homens, mas também um punhado de mulheres. As pessoas começaram a ir para o deserto em busca de conselhos e recomendações dos primeiros Padres do Deserto. Quando Antão morreu, havia tantos homens e mulheres vivendo no deserto que ele foi descrito como uma "cidade" pelo biógrafo de Antão, Atanásio de Alexandria.

Três principais tipos de monasticismo se desenvolveram no Egito ao redor dos Padres do Deserto. Um foi a vida austera do eremita, como praticado pelo próprio Antão e seus seguidores no Baixo Egito. Outro foi a vida cenobítica, comunidades de monges e freiras no Alto Egito formadas por São Pacômio. O terceiro foi uma vida semi-eremitíca vista principalmente na Nítria e em Scete, a oeste do Nilo, iniciada por Santo Amum. Estes últimos eram pequenos grupos (de dois a seis) de monges e freiras com um ancião em comum - os grupos separados se reuniam em aglomerações maiores para a celebração dos sábados e domingos. Este terceiro grupo monástico foi responsável pela maior parte dos ditos que foram compilados na obra "Ditos dos Pais do Deserto". 


Desenvolvimento das Comunidades Monásticas



As pequenas comunidades que formaram em torno dos Padres do Deserto foram o início do monasticismo cristão. Inicialmente, Antão e outros viveram como eremitas, formando ocasionalmente grupos de dois ou três. Pequenas comunidades informais começaram a se desenvolver até que o monge Pacômio, percebendo a necessidade de uma estrutura mais formal, estabeleceu um mosteiro com regras e uma organização. Seu regulamento incluía disciplina, obediência, trabalhos manuais, silêncio, jejuns e longos períodos de oração - alguns historiadores veem nestas regras como tendo sido inspiradas nas experiências de Pacômio como soldado.

O primeiro mosteiro totalmente organizado sob Pacômio incluía homens e mulheres vivendo em quartos separados, até três pessoas em cada. Eles se apoiavam tecendo e fazendo cestos, além de outras tarefas. Cada novo monge ou freira tinha um período probatório de três anos, que terminava com a aceitação completa no grupo. Todas as posses eram mantidas comunitariamente, as refeições eram feitas em conjunto, em silêncio. Duas vezes por semana jejuavam e se vestiam com roupas simples de camponeses, com um capuz. Diversas vezes por dia se reuniam para rezar e para as leituras, e se esperava que cada um dedicasse períodos de tempo sozinhos, em meditação sobre as escrituras. Havia também programas específicos para os que chegassem ao mosteiro sem saber ler.
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