"A escada para o Reino dos Céus está escondida em tua alma. Mergulha para dentro dos pecados que estão em ti mesmo e, assim, encontrarás ali uma escada pela qual poderás ascender" Isaac de Nínive.
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Obs.: Abaixo, tradução do versículo bíblico para outras línguas:

"POR ISSO A ATRAIREI, CONDUZI-LA-EI AO DESERTO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO" Oséias 2,16
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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Os Pensamentos e a Oração na tradição




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As raízes primitivas da tradição contemplativa são sem dúvida os Evangelhos e a vida de oração de Jesus, que buscava frequentemente o silêncio e solidão para estar em comunhão com seu Pai. Ele falava do Reino interior, dizendo-nos para ao rezar, entrarmos em nosso quarto, fechar a porta e lá, orar ao mesmo Pai no qual nos assegura sua união e a nossa, através d’Ele. Um dos pilares da tradição cristã é que temos em Jesus de Nazaré em suas parábolas e histórias, na tradição do Evangelho, uma entrevisão do que sejam as possibilidades do desenvolvimento humano. Temos uma visão de um Deus Amor do qual somos parte inerente e também que podemos abrir-nos a união de toda nossa vida, todo nosso ser nesse Deus, e fazer disso uma imensa e ilimitada capacidade de dar e receber amor. Muitas vezes, entretanto, nem sempre temos a certeza de como caminhar nessa trilha, o "caminho estreito" do qual Jesus falava, que nos possibilite fazer dessa transformação uma realidade.

Falando de transformação somos lembrados de que na prática da oração contemplativa somos parte de uma tradição antiga que remonta às comunidades primitivas nos desertos da África e no Oriente Médio. Isto pode ajudar-nos a refletir sobre a tradição dos Padres e Madres do Deserto, como uma das primeiras tentativas de cristãos viverem radicalmente o Evangelho, de uma forma mais sincera e radical, de tornar-se bom como Deus é Bom e aprender a amar verdadeiramente como Jesus ensinou.

O desenvolvimento do monaquismo do deserto acontece no contexto histórico do Concílio de Nicéia, o final da época dos martírios e o movimento para o deserto, particularmente no alto e baixo Egito, por cristãos buscando fuga da sociedade corrupta, elevados impostos e conturbação social.

Três modelos iniciais de monaquismo floresceram a partir do III ao VI séculos em três áreas geográficas. No baixo Egito a vida monástica eremítica é melhor representada por Antão, o Grande, um copta, que deixou uma vida de riquezas para estar só como eremita no deserto. Sua vida foi escrita por Athanásio, em "Vida de Antão". A abordagem eremítica enfatiza o individualismo e a solidão, com grupos que livremente se reuniam junto a um mestre ou pai espiritual, os "abbas".

O segundo modelo aconteceu em Nitria e Scetis, a oeste do delta do Nilo, onde surgem pequenos ajuntamentos livres de monges vivendo juntos sob a direção de um "abba". Estes grupos chamavam-se "sketes" ou "lauras". Esta é a área onde João Cassiano reuniu seus relatos sobre a prática do deserto e posteriormente as transformou em suas "Conferências". Esses monges eram mais letrados, já que haviam centros acadêmicos nas vizinhanças e foi ali, que Pai (abba) Evágrio Pôntico escreveu seus trabalhos, o "Praktikos" e os "Capítulos sobre a Oração". É também dessas duas regiões que se originam os "Dizeres dos Padres do Deserto – os Apophetégmas. Os monges dessa área viviam em extrema pobreza e simplicidade, devotando-se a uma vida de oração e trabalho manual, tais como tecer cestos, e vivendo uma vida que era apenas a manutenção da subsistência.

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