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A
Capa
FILHO
PRÓDIGO – A imagem por si mesma já nos
diz tudo, segundo o tema apresentado no livro. Aprouve-nos, desta, enfatizar o
abraço do pai no acolhimento de seu filho, que retornara de uma vida pautada pela
experiência do sofrimento e do abandono.
Desta mesma, observamos a
estreita proximidade do Ouvido do filho que repousa sobre o Coração de 'seu
pai', reflexo daquele inclinar que vem do mais profundo do interior de seu
coração, atento – pela reconciliação – a tudo que a voz do mesmo lhe ordenasse
cumprir.
A experiência vivida pelo filho
que partira, culminara, por sua vez, em sua passagem ao deserto, momento pelo
qual pôde confrontar-se consigo mesmo, pelo reconhecimento e aceitação sincera
de suas faltas até chegar ao arrependimento que o reconciliaria com 'O Bem',
antes desprezado.
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Introdução
Diante de uma realidade marcada
pelo individualismo, como se apresenta os nossos dias, urge o sair de nosso
comodismo que nos aprisiona na esfera de nossas ideias, as mais apegadas, e
confundidas por vezes como verdade absoluta.
Passaram-se mais de 1500 anos
de história e as palavras do grande patriarca São Bento, que viveu em um
período parecido com o nosso – apesar das limitações contextuais e culturais da
época – se tornam até os nossos dias como sendo válidas e atuais em sua regra,
ecoando como um forte meio de orientação e exemplo, numa abertura que se dá
para os acontecimentos hodiernos, para tudo disposto à nossa volta, como de sua
mensagem característica, que de certa forma nos exercita para aquele atender do
coração e seu movimento.
O grande motivo a que esta se
debruça, é para o confronto com a realidade atual, no intuito de se pôr
paralela à compreensão da vontade de Deus, que não é senão o querer da plena
realização do homem, de seu chamado específico, sob os seus vários aspectos e
aspirações, em vista da construção de uma sociedade baseada na verdade, a qual
nos inspira e garante Sua Palavra. Para este fim, faz-se mister a disposição
para a “Escuta”, como encontramos na orientação dada por São Bento, aos que
militam sob sua paternidade espiritual, já no início de sua regra.
Este apelo para a “Escuta”
permeia toda a instrução de São Bento, percebida na regra do começo ao fim, e
subentendida por vezes pela “obediência”, como forma de fazer inculcar na mente
e no coração de seus discípulos, a importância que a mesma se deve dar, como
primeiro passo para o galgar do entendimento da vontade divina que se dá no
chão de nossa história, quer pessoal ou comunitária, passando pelas
experiências externas como preparação do terreno interior, que é o coração de
cada homem.