"A escada para o Reino dos Céus está escondida em tua alma. Mergulha para dentro dos pecados que estão em ti mesmo e, assim, encontrarás ali uma escada pela qual poderás ascender" Isaac de Nínive.
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Obs.: Abaixo, tradução do versículo bíblico para outras línguas:

"POR ISSO A ATRAIREI, CONDUZI-LA-EI AO DESERTO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO" Oséias 2,16
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Lectio Divina como escola de oração





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A escola de Oração entre os Padres do Deserto*



A Escritura, escola de vida:

A vocação de Antão, como nos foi descrita por Atanásio em sua ‘Vida de Antão’, é bem conhecida. Certo dia o jovem Antão, que havia sido criado numa família cristã da Igreja de Alexandria (ou ao menos na região de Alexandria) e que havia portanto escutado as suas Escrituras serem lidas desde sua infância, entra numa igreja e é particularmente movido pelo texto da Escritura que ouve sendo lida: a história da vocação do jovem rico: “Se quiser ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e depois, segue-me; terás um tesouro nos céus” (Mt 19,21 Vit. Ant. 2).

Antão sem dúvida havia escutado este texto muitas vezes antes: mas naquele dia a mensagem o acerta com mais força, e recebe-a como um chamado pessoal. Responde, então ao chamado, vende a propriedade da família - que era bastante considerável - e distribui os lucros desta venda aos pobres do vilarejo, conservando só o suficiente para manter sua irmã mais nova por quem é responsável.

Pouco depois, ao entrar na igreja de novo, ouve outro texto do Evangelho que o afeta tanto quanto o primeiro: “Não vos preocupeis com o amanhã” (Mt 6,34: Vit. Ant. 3). Este texto também vai direto ao seu coração como um chamado pessoal. Confia assim sua irmã a uma comunidade de virgens (tais comunidades existiam há muito), liberta-se de tudo o que fica com ele e assume uma vida ascética, próximo à sua aldeia, sob a orientação dos ascetas da região.

Esta história mostra claramente a importância e o significado que a Escritura tinha entre os Padres do Deserto. Antes de tudo, era uma escola de vida. E porque era uma escola de vida, era também uma escola de oração para os homens e as mulheres que desejavam fazer de sua vida uma oração contínua, como a Escritura lhes pedia.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Sob o signo da Cruz





“In hoc signo vinces”




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A Cruz foi um dos primeiros sinais inventados pela sabedoria divina mais antigos, e, representada desde longo tempo, já há muito séculos antes da inauguração de uma nova era que despontava com o novo anuncio trazido por Jesus no Novo Testamento.

Ela esteve presente no paraíso, simbolizada pela ‘Árvore’ (Gn 2,9) contida no meio do jardim do Éden, e em outro lugar aquela que trazia consigo o fruto do conhecimento do bem e do mal (Gn 3,3); esteve presente nos tempos de Noé através da ‘Arca’ (Gn 6,14), quando do extermínio de uma multidão de pessoas e gerações, e, que, por mandado de Deus, fora construída com o intuito de salvar os fiéis das águas do dilúvio que dissipava todo erro e engano daquele tempo. No decorrer da travessia do povo hebreu no Egito, a mesma fora representada por uma ‘Haste’ (Nm 21,8) de onde pendeu a serpente de bronze que curaria a todos do veneno impetrado no mesmo por conta de sua falta de fé expressa na agitação de suas murmurações.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Da paciência e da força = apoftegmas




"Aquele que perseverar até o fim será salvo" 
                                                Mt 24, 13





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1. O abade Antão, quando residia no deserto, caiu em acédia e em grande obscuridade de pensamentos; disse ele a Deus: “Senhor, quero ser salvo, mas meus pensamentos não me permitem; que farei nesta minha aflição? Como serei salvo?”. Um pouco mais tarde levantou-se e saiu da cela. Percebeu então que alguém parecido consigo estava sentado e trabalhava, depois afastava-se da obra e rezava; sentando-se novamente trançava uma corda e se erguia ainda para rezar. Era um anjo do Senhor que se enviara a Antão para sua correção e salvaguarda. Escutou o anjo lhe dizer: “Faze o mesmo e serás salvo!” A tais palavras foi tomado de grande gozo e confiança. Agindo deste modo operava sua salvação. (Antão, 1).

2. Um irmão interrogou o abade Agatão: “Tenho uma ordem a executar, mas num sítio onde terei de pelejar bastante. Quero ir para obedecer, mas temo a guerra”. Respondeu-lhe o ancião: “Em teu lugar Agatão cumpriria a ordem e ganharia a guerra”. (Agatão, 13)

3. O abade Amonas dizia: “Passei quatorze anos na Cítia, e orava a Deus dia e noite para me dar a força de vencer a cólera”. (Amonas, 3).

4. O abade Bessarião dizia: “Fiquei de pé quarenta dias sem dormir e quarenta noites sobre espinhos”. (Bessarião, 6).

5. Um irmão, que vivia como anacoreta, estava turbado. Ele foi até a morada do abade Teodoro de Farméia e lhe declarou sua inquietação. Disse-lhe o ancião: “Vai, conserva a alma na humildade, sê submisso aos outros e vive com eles”. Ele partiu para a montanha e foi viver com outros. Depois retornou ao ancião e lhe disse: “Não encontrei o repouso vivendo entre os homens”. Disse-lhe o ancião: “Se não encontras repouso nem na soledade nem na companhia dos irmãos, por que vieste a ser monge? Não fora para suportar penas? Mas dize-me: há quanto tempo vestes o hábito?” – “Oito anos”, respondeu ele. Replicou o ancião: “Crê em mim, eis que o visto há sessenta anos e não houve um dia de repouso para mim, enquanto que tu o queres após oito anos?” Ao escutar isso partiu reconfortado. (Teodoro de Farméia, 2).
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