"A escada para o Reino dos Céus está escondida em tua alma. Mergulha para dentro dos pecados que estão em ti mesmo e, assim, encontrarás ali uma escada pela qual poderás ascender" Isaac de Nínive.
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Obs.: Abaixo, tradução do versículo bíblico para outras línguas:

"POR ISSO A ATRAIREI, CONDUZI-LA-EI AO DESERTO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO" Oséias 2,16
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sábado, 4 de maio de 2013

Espiritualidade Pascal Cristã e sua origem



Dom Emanuel d’Able do Amaral, OSB*




A Espiritualidade Pascal e a Iniciação Cristã (1)

Os primeiros séculos da vida cristã foram marcados por uma grande espiritualidade. No alvorecer do cristianismo as comunidades foram marcadas por uma espiritualidade pascal. Ao lermos com atenção os escritos do Novo Testamento e os primeiros textos cristãos, percebemos a força da espiritualidade nascida do evento da ressurreição do senhor. A teologia da Igreja primitiva é, portanto, uma teologia pascal. Por isso mesmo, o dia da iniciação cristã era considerado o mais importante da vida de um cristão. Era o dia de seu nascimento para Deus e a convicção de sua pertença à comunidade dos eleitos, que se reunia semanalmente para celebrar a ressurreição de Jesus Cristo.

Essa espiritualidade era marcada pela alegria, porque nascida no contexto pascal. Era também uma espiritualidade missionária, porque os primeiros cristãos sempre anunciavam, com suas próprias vidas, a Boa Nova. Portanto, essa espiritualidade pascal era carregada de grande dinamismo, transmitida pela palavra e pelos atos dos primeiros cristãos, e capaz de transformar pessoas e sociedades inteiras. 

A iniciação cristã, que compreendia a recepção de três sacramentos – Batismo, Eucaristia e Confirmação – era realizada na noite da Vigília Pascal e compreendia a base sobre a qual era construída toda a vida espiritual e eclesial dos primeiros cristãos.  A partir dessa celebração o batizado devia expressar a sua conversão a Cristo por palavras e atos, mudando radicalmente de vida e deixando transparecer para todos a vida nova emergida das fontes batismais.

Espiritualidade Comunitária

A pertença a uma comunidade era um elemento de crucial importância na espiritualidade dos primeiros cristãos, mas esse modo de pensar comunitário não é autóctone, ele nasce da experiência daqueles primeiros convertidos por Jesus, que moravam na Terra Santa. Aliás, é bom lembrar que os israelitas tiveram, ao longo dos séculos, uma grande experiência de vida comunitária. Quando lemos o Antigo Testamento encontramos, em todos os momentos, essa dimensão na religião de Israel. Os primeiros cristãos receberam do judaísmo o sentido de comunidade, que vai perdurar ao longo dos séculos.

Assim, ao receberem os sacramentos da iniciação cristã, os fiéis eram introduzidos na vida comunitária. Essa comunidade se encontrava pelo menos uma vez por semana para celebrar a Eucaristia, passando em vigília do Sábado para o Domingo, rezando os salmos, lendo os textos bíblicos, especialmente os que faziam alusão à ressurreição, e, ao amanhecer do Domingo, celebravam a Eucaristia, em memória da ressurreição de Jesus. Reuniam-se ainda, com frequência, em outros dias ou em ocasiões especiais.

Esse valor da vida em comunidade foi um grande presente que recebemos dos nossos pais na fé: os israelitas. É bom lembrar que, no florescer dos primeiros lampejos da vida monástica, esse elemento foi de vital importância, influenciando quase todas as comunidades monásticas e seus diversos fundadores, especialmente a partir do século terceiro. 

Uma Espiritualidade Bíblica e Orante

Os primeiros cristãos tinham recebido do judaísmo um profundo amor às Escrituras. Diariamente liam Bíblia procurando perceber a ação de Deus ao longo da história, e atualizando essa história para suas vidas. Possuíam, portanto, uma espiritualidade bíblica e orante. Rezavam a partir da palavra de Deus. Tinham, especialmente, um profundo amor à oração com os Salmos, que passaram a fazer parte da oração oficial da Igreja. Aqui, mais uma vez, vemos uma grande influência do judaísmo nas primeiras comunidades cristãs.







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*Dom Emanuel d’Able do Amaral – é o 79º abade do Mosteiro de São Bento da Bahia desde 22 de junho de 1994, o qual foi instalado no cargo na tarde do dia 23 de junho por Dom Basílio Penido, Abade Presidente da Congregação Beneditina do Brasil. Recebeu a bênção abacial no dia 11 de setembro de 1994, na Catedral Basílica, de Dom Frei Lucas Cardeal Moreira Neves O.P.

Sendo o Mosteiro da Bahia elevado pelo Papa João Paulo II à categoria de Arquiabadia em 24 de novembro de 1998, foi “ipso facto” concedido-lhe o título de Arquiabade.

Foi eleito Abade Presidente da Congregação Beneditina do Brasil em 1° de maio de 2002 no Capitulo Geral em Brasília (DF).

(1) Amaral, Emanuel d’Able do, Dom. Introdução à História Monástica. Salvador: Edições São Bento, 2006.


2 comentários:

  1. Linda a sua página meu irmão. Que Deus continue te inspirando.

    Ir. Faustina osb "Maria da Glória Jordão"

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  2. O Mosteiro de São Bento faz parte de minha vida.

    Ir. Faustina osb

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